segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tecnologia ajuda Medicina

Tecnologia auxilia no estudo da medicina

23/06/2004
Projeto do Homem Virtual é inédito no mundo e não pára de crescer

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Por Crislaine Coscarelli
Imagine o quão rico é para um estudante de medicina poder conhecer muito de perto, com riqueza de detalhes, o funcionamento do corpo humano, cada articulação em movimento, cada célula com suas ações e reações. Por mais que se tenha o conhecimento dos órgãos em aulas de anatomia (utilizando cadáveres), são poucas as chances de se observar o funcionamento de cada órgão, por exemplo. Esse detalhamento já é realidade no Brasil e o mais importante: o material é acessível.
Com o auxílio da computação gráfica, a Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveu o Homem Virtual. Projeto inédito no mundo, ele foi dividido em títulos - cada um colocado em um CD ROM - que auxiliam médicos e estudantes a compreender melhor o funcionamento do corpo humano, a ação de alguns vírus, entre outros. "Ele é fruto da junção de três coisas: design digital, orientação estratégica da comunicação dinâmica e o conhecimento de médicos especialistas. Por isso, é tão completo", afirma o professor Chao Lung Wen, coordenador geral da área de telemedicina na USP e um dos "pais" do Homem Virtual. (veja galeria de imagens no fim desta matéria)
Por enquanto, a série contém oito CDs. Entre os temas abordados estão: a anatomia dos órgãos geniturinários masculinos, a marcha humana e como ela é afetada por amputações e um que mostra detalhadamente como ocorre o ciclo do nascimento e morte do pêlo. Estão em produção títulos sobre a anatomia do olho, asma e hidratação da pele. Os softwares são desenvolvidos de acordo com as necessidades e as parcerias. O CD-ROM da anatomia geniturinária masculina, por exemplo, está sendo distribuído pela Sociedade Brasileira de Urologia a seus associados. O trabalho sobre a marcha já está ajudando médicos e pacientes do serviço de reabilitação física do Hospital das Clínicas de São Paulo. Até o ano que vem, a equipe pretende chegar à marca de 30 títulos. Os CDs estão à venda por R$ 50. As Instituições de ensino e hospitais que se interessarem podem firmar acordos com a universidade para a utilização dos produtos.
Clique nas imagens abaixo para ver detalhes de alguns dos títulos do Homem Virtual:
Uso social
O sucesso do projeto é tanto que ele começa a ser expandido também para o público leigo. A Faculdade deve fechar nos próximos meses uma parceria com o Senac que permitirá levar o Homem Virtual a alunos de cursos técnicos, para que auxiliem na detecção e prevenção de doenças. "Seria muito valioso se profissionais como esteticistas, cabelereiros, pedicures e manicures fossem capazes de detectar lesões na pele de seus clientes, como micoeses, infecções e até mesmo sinais de cânceres de pele. Além de facilitar a cura com o diagnóstico precoce, eles podem se tornar agentes multiplicadores de informação e auxilia também na prevenção", afirma Wen.
Outros projetos que envolvem a saúde pública já são realizados com o auxílio do Homem Virtual, entre eles está a educação postural e a orientação para prevenção de doenças como câncer de pele e DSTs (Doenças Sexualmente Trasmissíveis). Esses projetos podem ser acompanhados no site: "Por isso eu costumo definir a telemedicina como um resgate social por meio da tecnologia", destaca Wen. Alguns desses projetos podem ser encontrados no site da Telemedicina da USP
Nos consultórios
Atualmente cerca de 6.000 médicos brasileiros, entre dermatologistas e urologistas, utilizam o Homem Virtual em seu consultório para a orientação de pacientes. "O caso mais comum é a explicação da formação da acne para pacientes adolescentes", exemplifica o professor Wen.
Mas o Homem Virtual é apenas um dos instrumentos dos muitos utilizados pela disciplina de telemedicina para difundir conhecimento. Esses "instrumentos" estão reunidos no cyberambulatório criado pela disciplina, um sistema que permite que médicos de qualquer região brasileira sejam orientados por profissionais dos centros de referência em saúde do país. Wen disconcorda de quem aponta o cyberambulatório como uma forma de EAD (Educação a Distância), ele prefere dizer que é um EAT, ou seja, educação com o apoio da tecnologia.
Mas muitos desses médicos, já optaram pelo programa de atualização continuada oferecido pelo Cyberambulatório.

Postado por Tânia Martins

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